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Em 2024 completam-se 210 anos do nascimento de Mikhail Bakunin, militante que entrou para a história como sistematizador da teoria e estratégia anarquista, pelas contribuições de Proudhon, e experiências históricas coletivas da classe trabalhadora.
Nascido em 30 de maio de 1814 numa família da nobreza rural do Império Russo, adere ao exército em 1829, algo comum às elites da época. Em torno de 1835, abandona a nobreza e o exército, mesmo período em que entra em contato com teorias contestatórias, como a filosofia alemã, o socialismo francês e o pan-eslavismo. Na década de 1840 integra o círculo de estudos dos “Hegelianos de Esquerda” na Alemanha e círculos operários na França, onde adota as concepções e práticas proletárias e conhece o anarquista Proudhon – decisivo em sua adesão ao anarquismo – e os comunistas Marx e Engels.
Em 1848 e 1849, Bakunin participa de insurreições e revoluções contra monarquias europeias em Paris, Praga, Boêmia e Dresden, durante a Primavera dos Povos. Em 1850, por sua participação, Bakunin é condenado à prisão perpétua na Sibéria, até sua fuga, em 1861.
De volta à Europa, em 1864 reencontra Proudhon, que faleceu semanas depois. Bakunin continua e aprofunda a obra de Proudhon a partir de dois pilares. O socialismo identifica a propriedade privada como origem das desigualdades econômicas, portanto a revolução proletária deveria abolir a propriedade. E o federalismo é a base da igualdade política, pois se opõe a centralização do poder e garante a participação política efetiva da classe trabalhadora organizada em suas entidades.
Funda em 1864 a organização internacional “Fraternidade”, cujo programa constitui as bases do anarquismo revolucionário. No mesmo ano, sindicatos franceses e ingleses fundam a Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT). Em 1868 a “Fraternidade” se converte na Aliança Internacional de Democracia Socialista, e filia-se à AIT. Nesse ano, a “Aliança” foi responsável pelo programa revolucionário da AIT, com a aprovação de teses pela abolição da propriedade privada, coletivização dos meios de produção e pela estratégia da greve geral insurrecional.
Em 1872, Bakunin e a “Aliança” são expulsos da AIT numa manobra de sua ala marxista, para que seu programa siga a estratégia de disputa das eleições burguesas. A maioria das seções filiadas, contrárias à decisão e reunidas num Congresso em Saint Imier, se rearticulam, reafirmando o programa revolucionário de 1868 e definindo as bases do sindicalismo revolucionário.