8 de março: dia internacional da mulher trabalhadora!

No dia 08 de março, comemora-se o Dia internacional da Mulher Trabalhadora, para nós este é mais um Dia de Luta. Nesta data recuperamos a memória das lutas das mulheres trabalhadoras durante a Revolução Russa, quando ocuparam as ruas por “Pão e Paz”, aproveitamos, ainda, para resgatar a força de Dandara dos Palmares, nas lutas da mães negras das periferias e favelas que lutam contra a matança de seus filhos negros pelo Estado Colonial Brasileiro, resgatar a força das camponesas, indígenas e quilombolas e nos inspirarmos nas combatentes do EZLN, do povo Mapuche e em Rojava e saudamos a todas as mulheres trabalhadoras que vem construindo o sindicalismo revolucionário no Brasil.

Nós, mulheres temos nossa história marcada por muitas lutas que, muitas vezes, sequer são contadas, como os enfrentamentos cotidianos, quando assumimos as “linhas de frente” nos movimentos por moradia, ou nas resistências frente a morte de nossos filhos pela violência do Estado, na luta por autodeterminação dos corpos e por melhores condições de trabalho, que atenda as nossas demandas específicas e pela equiparação salarial.

Hoje, de acordo com o Dieese, representamos 44% da força de trabalho no Brasil, desse quantitativo somos nós mulheres pretas e pardas que estamos em maioria. Em termos de rendimentos, recebemos 21% a menos que os homens, esse dado demonstra o traço patriarcal do capitalismo. No caso das mulheres negras, elas recebem 51% a menos que os homens brancos. Das pessoas desempregadas no quarto trimestre de 2023, 64, 6% eram mulheres. Ainda temos os trabalhos que são invisibilizados na sociedade capitalista como os trabalhos de cuidado com a casa, filhos, pais e parentes doentes, em sua maioria somos nós, mulheres, que relaizamos.

Não bastasse toda a exploração capitalista, também temos de passar por inúmeras violências, de acordo com a Rede de Observatórios de Segurança, em 2023 a cada 24 horas pelos menos 8 mulheres sofreram violência. Destacamos aqui os casos de feminicídio, segundo os dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, no em 2023 tivemos mais feminicidios que no ano de 2022. O que mantém o Brasil como um dos países mais violentos do mundo para as mulheres. E, pelo 14º ano o Brasil é o país que mais mata pessoas trans no mundo.

Na história recente do nosso país, saímos do Governo Bolsonaro, que não fez questão de se mostrar a favor dos direitos das mulheres, inclusive em muitos momentos objetificando e violentando as mulheres. A experiência do Governo Lula demonstra que é preciso romper com o feminismo imperial que procuram integrar e acomodar as mulheres do dentro dos interesses do Estado capitalista, patriarcal e racista. A condenação por homicídio culposo do policial que assassinou o jovem negro Johnatha de Oliveira Lima, ou a violência que não para nas favelas e periferias, nas comunidades quilombolas e indígenas. Não existe democracia no país. Temos uma tirania permanente contra a classe trabalhadora, e mais brutal contra as mulheres negras. Portanto, estas “administradoras” da crise capitalista, assim como os homens na mesma função, se colocam como um empecilho para a organização autonoma do povo, da emancipação do proletariado e da revolução brasileira. Não podemos ter ilusões com um “capitalismo inclusivo”.

Nós mulheres pretas, periféricas, indígenas, quilombolas, sabemos que no capitalismo sempre sairemos perdendo. Por isso, compreendemos que a solução será feita por e para nós, mulheres do povo, desenvolvendo redes de apoio mútuo, comitês de autodefesa nos locais de estudo, moradia e trabalho, trilhando caminhos para superação da exploração capitalista e das diversas opressões que nos assolam. Essa construção revolucionária começa criando nossa autonomia, nossa luta, nossas organizações e não fortalecendo o poder estatal e dos capitalistas.

Pela fúria revolucionária das mulheres!

Pela Vida das Mulheres!

Pelo fim do Estado e do Capitalismo!

Pelo Socialismo e pelo Federalismo!

Sobre União Popular Anarquista - UNIPA

A União Popular Anarquista (UNIPA) é uma organização política revolucionária bakuninista. A UNIPA luta pela construção do socialismo no Brasil. A estratégia revolucionária da Unipa aponta que somente a ação direta das massas e a luta de classes são capazes de realizar conquistas imediatas, econômicas e políticas, para a classe trabalhadora. A UNIPA entende que somente a revolução, que se coloca como desdobramento da luta de classes, é capaz de viabilizar a construção da sociedade socialista. A UNIPA foi formada em 2003, reunindo militantes do movimento estudantil, sindical e comunitário, alguns dos quais participavam do coletivo Laboratório de Estudos Libertários (LEL). O LEL publicou o Causa do Povo e a revista Ruptura que passaram a ser órgãos da UNIPA a partir de então. Entre em contato: unipa@protonmail.com
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