Impedir a marcha fúnebre: preparar a autodefesa para pôr fim ao genocídio do povo negro

“A paz tá morta, desfigurada no IML

A marcha fúnebre prossegue.”

Facção Central

O governo recorrerá à coerção incessante, à violência, ou seja, ao controle político, e a arma definitiva do controle político é o poder militar”.

Mikhail Bakunin   

A marcha fúnebre das últimas semanas

Nas últimas semanas tivemos três chacinas promovidas pela Polícia Militar (PM) em três estados brasileiros: Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia. Os três estados são comandados por forças políticas diferentes.

Na Bahia, governada pelo PT há 20 anos, e atualmente sob liderança de Jerônimo Rodrigues, ao menos 19 pessoas foram mortas durante ações e operações policiais realizadas no final de julho e início de agosto. Os assassinatos ocorreram nos municípios de Salvador, Itatim e Camaçari. A Bahia é hoje líder nacional em números absolutos de pessoas mortas pelas polícias. De acordo com dados do Fórum de Segurança Pública, foram 1.464 óbitos no ano passado. Quase todos os mortos eram pretos.

No Guarujá, litoral sul de São Paulo, foram 16 assassinatos pelo Polícia Militar do governo Tarcísio (PL). A ação é uma vingança policial à morte do soldado da Rota da PM baleado durante uma operação na Vila Zilda.

Na Vila Cruzeiro, localizada no Complexo da Penha, zona norte da cidade do Rio de Janeiro, foram ao menos 10 pessoas assassinadas pela PM de Claudio Castro (PL). Nas últimas semanas tivemos ainda o assassinado do jovem negro de 13 anos, Thiago Menezes, na Cidade de Deus, Zona Oeste da Cidade do Rio de Janeiro. No último domingo, Eloá Passos, de 5 anos, e Wendell Eduardo, de 17 anos, também foram assassinados em operação policial.

A arma definitiva do controle político é o poder militar

A lucrativa guerra às drogas é hoje a desculpa institucional para o exercício da violência estatal nas favelas. A esquerda no poder (o PT, o governo Lula e seus aliados) ajudou a encarcerar milhares de jovens negros nas duas últimas décadas com a aprovação da lei das drogas, transformando esses jovens em força coletiva de trabalho para as facções criminosas.

Seja em governos de esquerda ou de direita, a Polícia Militar, um dos braços armados do Estado, tem exterminado o povo negro trabalhador, principalmente a sua juventude. Mikhail Bakunin destacou que “se [o Estado] não for capaz de incutir obediência habitual à sua autoridade por meio de persuasão e outros métodos pacíficos, o governo recorrerá à coerção incessante, à violência, ou seja, ao controle político, e a arma definitiva do controle político é o poder militar” (Estatismo e Anarquia, 1873).

A marcha fúnebre das últimas semanas revela como a pena de morte existe nas favelas e periferias urbanas na forma de chacinas. O Estado legalizou, por meio da ação das forças policiais, a execução sumária de jovens negros no Brasil. Essas forças são uma expressão da tirania do Estado. A função da Polícia Militar é defender-se como Estado e fazer a defesa das classes dominantes, manter o sistema de injustiça e desigualdade que organiza o país.

Bakunin afirmou que “nenhum estado, por mais democrático que seja (…) pode dar ao povo o que ele realmente deseja, isto é, a livre auto-organização e administração de seus próprios assuntos de baixo para cima, sem qualquer interferência ou violência de cima, porque todo Estado (…) é em essência apenas uma máquina governando do alto as massas” (Estatismo e Anarquia, 1873). Nesse sentido, toda e qualquer estratégia política que vise combater o genocídio do povo negro no Brasil deve partir do entendimento de que o Estado é parte ativa dessa violência sistemática e que a solução para esse problema não passa por medidas estatistas, mas, necessariamente, pela autodefesa do povo negro trabalhador.

Essa autodefesa é uma expressão da autodeterminação popular contra o poder militar do Estado, que encontrou nas chacinas uma arma política de controle do povo negro. Cabe aos revolucionários anarquistas no Brasil dissipar qualquer ilusão numa saída estatista para a questão do genocídio do povo negro e agitar a bandeira da autodefesa popular nos locais de trabalho, estudo e moradia da classe trabalhadora.

Lutar, criar autodefesa popular!

[Esp]Detener la marcha fúnebre: preparar la autodefensa para acabar con el genocidio del pueblo negro

“La paz ha muerto, desfigurada en el IML

La marcha fúnebre prosigue”.

Facción Central

El gobierno recurrirá a la coerción incesante, a la violencia, es decir, al control político, y el arma definitiva del control político es el poder militar”.

Mijail Bakunin

La marcha fúnebre de las últimas semanas

En las últimas semanas hemos tenido tres masacres llevadas a cabo por la Policía Militar (PM) en tres estados brasileños: Río de Janeiro, São Paulo y Bahía. Los tres estados están dirigidos por fuerzas políticas diferentes.

En Bahía, gobernada por el PT desde hace 20 años y actualmente bajo el liderazgo de Jerônimo Rodrigues, al menos 19 personas fueron asesinadas durante acciones y operaciones policiales a finales de julio y principios de agosto. Los asesinatos tuvieron lugar en los municipios de Salvador, Itatim y Camaçari. Bahía es actualmente el líder nacional en número absoluto de personas asesinadas por la policía. Según datos del Foro de Seguridad Pública, el año pasado hubo 1.464 muertes. Casi todos los muertos eran negros.

En Guarujá, en el litoral sur de São Paulo, hubo 16 asesinatos a manos de la policía militar bajo el gobierno de Tarcísio (PL). La acción es una venganza policial por la muerte del soldado de la PM Rota tiroteado durante una operación en Vila Zilda.

En Vila Cruzeiro, situada en el Complexo da Penha, en el norte de la ciudad de Río de Janeiro, al menos 10 personas fueron asesinadas por la PM de Claudio Castro (PL). En las últimas semanas también hemos asistido al asesinato del joven negro de 13 años, Thiago Menezes, en Cidade de Deus, en la Zona Oeste de Río de Janeiro. El domingo pasado, Eloá Passos, de 5 años, y Wendell Eduardo, de 17, también fueron asesinados en una operación policial.

El arma definitiva del control político es el poder militar

La lucrativa guerra contra las drogas es hoy la excusa institucional para la violencia estatal en las favelas. La izquierda en el poder (el PT, el gobierno de Lula y sus aliados) ha contribuido a encarcelar a miles de jóvenes negros en las últimas dos décadas con la aprobación de leyes antidroga, transformando a estos jóvenes en fuerza de trabajo colectiva para facciones criminales.

Ya sea bajo gobiernos de izquierdas o de derechas, la Policía Militar, uno de los brazos armados del Estado, ha exterminado a los trabajadores negros, especialmente a sus jóvenes. Mijail Bakunin subrayó que “si [el Estado] es incapaz de inculcar la obediencia habitual a su autoridad mediante la persuasión y otros métodos pacíficos, el gobierno recurrirá a la coacción incesante, a la violencia, es decir, al control político, y el arma definitiva del control político es el poder militar” (Estatismo y anarquía, 1873).

La marcha fúnebre de las últimas semanas revela cómo la pena de muerte existe en las favelas y periferias urbanas en forma de masacres. Mediante la actuación de las fuerzas policiales, el Estado ha legalizado la ejecución sumaria de jóvenes negros en Brasil. Estas fuerzas son una expresión de la tiranía estatal. La función de la Policía Militar es defenderse como Estado y defender a las clases dominantes, mantener el sistema de injusticia y desigualdad que organiza el país.

Bakunin también dijo que “ningún Estado, por democrático que sea (…) puede dar al pueblo lo que realmente quiere, es decir, la libre autoorganización y administración de sus propios asuntos desde abajo, sin ninguna interferencia o violencia desde arriba, porque todo Estado (…) es en esencia sólo una máquina que gobierna a las masas desde arriba” (Estatismo y anarquía, 1873). En este sentido, cualquier estrategia política dirigida a combatir el genocidio de los negros en Brasil debe partir de la comprensión de que el Estado es parte activa de esta violencia sistemática y que la solución a este problema no pasa por medidas estatistas, sino necesariamente por la autodefensa de los trabajadores negros.

Esta autodefensa es una expresión de la autodeterminación popular contra el poder militar del Estado, que ha encontrado en las masacres un arma política para controlar al pueblo negro. Corresponde a los revolucionarios anarquistas de Brasil disipar cualquier ilusión sobre una solución estatista a la cuestión del genocidio de los negros y enarbolar la bandera de la autodefensa popular en los lugares de trabajo, los estudios y los barrios de la clase trabajadora.

¡Luchar, crear autodefensa popular!

Sobre União Popular Anarquista - UNIPA

A União Popular Anarquista (UNIPA) é uma organização política revolucionária bakuninista. A UNIPA luta pela construção do socialismo no Brasil. A estratégia revolucionária da Unipa aponta que somente a ação direta das massas e a luta de classes são capazes de realizar conquistas imediatas, econômicas e políticas, para a classe trabalhadora. A UNIPA entende que somente a revolução, que se coloca como desdobramento da luta de classes, é capaz de viabilizar a construção da sociedade socialista. A UNIPA foi formada em 2003, reunindo militantes do movimento estudantil, sindical e comunitário, alguns dos quais participavam do coletivo Laboratório de Estudos Libertários (LEL). O LEL publicou o Causa do Povo e a revista Ruptura que passaram a ser órgãos da UNIPA a partir de então. Entre em contato: unipa@protonmail.com
Esse post foi publicado em Uncategorized. Bookmark o link permanente.

Deixe um comentário