A Privataria Petista

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Um dos principais marcos do neoliberalismo no Brasil foram as privatizações de empresas estatais realizadas na década de 1990, iniciando no governo Collor e ganhando destaque durante a Era FHC/PSDB, com as privatizações da mineradora Vale do Rio Doce e das empresas de Telecomunicações (Sistema Embratel), vendidas por valores irrisórios e em meio a colossais esquemas de corrupção que vieram a ser conhecidos posteriormente como “Privataria Tucana”.

Após o ascenso do PT ao governo federal as medidas neoliberais continuaram a ser aplicadas pelos governos Lula e Dilma. Seguiram-se as reformas neoliberais restritivas de direitos dos trabalhadores, como a da previdência, assim como as privatizações realizadas de diversas formas, numa clara “Privataria Petista”. O governo Dilma, em especial, intensifica autoritariamente o processo de privatizações.

Isso não é fruto de “diferença de estilo” entre Lula e Dilma, e sim reflexo do papel imposto pelo imperialismo ao Brasil na atual conjuntura da Divisão Internacional do Trabalho. A estratégia do capital dos países centrais para os semiperiféricos, depois de ter impulsionado a degradação das condições e dos direitos trabalhistas na década de 1990 e de ter reconstruído a base da reprodução capitalista nos anos 2000, já sob novas condições de superexploração, agora vem demandando o controle direto das riquezas da periferia pelas burguesias do centro, numa confluência de interesses com as próprias burguesias periféricas, cada vez mais “globalizadas” e independentes das fronteiras nacionais para explorar e oprimir os trabalhadores.

timthumbAs privatizações da Era PT avançaram sobre estradas, aeroportos, portos e principalmente o petróleo: O “Programa de Investimento em Logística: Rodovias e Ferrovias” (2012) transfere para a iniciativa privada a exploração (leia-se pedágio) de 7,5 mil quilômetros de rodovias e 10 mil quilômetros de ferrovias, o “Programa de Investimentos em Logística: Aeroportos” (2012) teve como resultado a migração de apenas 28% dos trabalhadores da Infraero para as concessionárias privadas devido aos baixos salários pagos por estas, a Nova Lei dos Portos (L. 12815/2013) cria mecanismos, como o arrendamento e a autorização, para transferir renda pública para os cartéis empresariais a custo nulo para estes e, os leilões do petróleo são retomados no governo Dilma com a 11ª rodada num modelo que não deixa nada a desejar ao período colonial, transferindo riquezas estimadas em mais de 3 trilhões de dólares em valores atuais por uma contrapartida de pouco mais de um bilhão de dólares (3 mil vezes menos).

Sendo que os chamados “riscos” de tais negócios são baixíssimos justamente por terem sido assumidos por empresas estatais (ou melhor, pelos trabalhadores brasileiros) que prepararam as condições segurança das atividades econômicas que serão exploradas a partir de agora diretamente pelos cartéis empresariais.

Se, estrategicamente, o governo FHC/PSDB sucateou as empresas públicas para minar a resistência dos trabalhadores contra a venda destas, os governos Lula e Dilma/PT, que cooptaram as organizações da classe trabalhadora, optaram por desenvolver estas empresas e áreas estratégicas antes da venda, justamente para transferir mais valor agregado e possibilidades de lucros maiores para as burguesias internacional e nacional, sempre coligadas.

Cai de vez a máscara de desenvolvimento do PT e fica cada vez mais claro que o liberal-desenvolvimentismo de Lula e Dilma é tão somente o desenvolvimento do capital e esse, necessariamente, só pode se dar com a exploração cada vez mais intensa dos trabalhadores.

Aos trabalhadores que até agora iludiram-se com as máscaras do Partido da Traição não devem restar mais dúvidas sobre a necessidade de romper com o governismo, ir a ruas e construir a greve geral contra o neoliberalismo petista.

OPERÁRIOS, ESTUDANTES E CAMPONESES, CHEGA DE ILUSÕES!
É HORA DA AÇÃO!

Sobre União Popular Anarquista - UNIPA

A União Popular Anarquista (UNIPA) é uma organização política revolucionária bakuninista. A UNIPA luta pela construção do socialismo no Brasil. A estratégia revolucionária da Unipa aponta que somente a ação direta das massas e a luta de classes são capazes de realizar conquistas imediatas, econômicas e políticas, para a classe trabalhadora. A UNIPA entende que somente a revolução, que se coloca como desdobramento da luta de classes, é capaz de viabilizar a construção da sociedade socialista. A UNIPA foi formada em 2003, reunindo militantes do movimento estudantil, sindical e comunitário, alguns dos quais participavam do coletivo Laboratório de Estudos Libertários (LEL). O LEL publicou o Causa do Povo e a revista Ruptura que passaram a ser órgãos da UNIPA a partir de então. Entre em contato: unipa@protonmail.com
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