VIVA AS JORNADAS DE JUNHO DE 2013 | Documentos políticos e teóricos

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Se passaram 2 anos do levante popular de Junho de 2013. As manifestações de rua contra os aumentos de tarifas se transformaram em tomadas de território e órgãos públicos em grandes cidades do país. A revolta foi a expressão de uma década de conflitos sociais na era do Lulismo, muitos gestados subterraneamente nas favelas e locais de trabalho, e onde muitos desses conflitos explodiram em revoltas que formam parte do processo histórico das “Jornadas”. Tal como as revoltas operárias nas obras do PAC, as retomadas de território pelos Guarani-Kaiowá, a greve universitária de 2012 (onde ocorreu o apedrejamento do prédio do MEC e confrontos com o governo e a polícia), a luta pela moradia da ocupação Pinheirinho (SP) e contra as remoções para as obras da Copa, e também os protestos de massas contra o aumento das tarifas em diversas cidades.

As Jornadas de Junho não caíram do céu. Formam parte de uma experiência nova do proletariado brasileiro. O levante é parte do processo de auto-organização e autoconsciência da classe trabalhadora. O que vivenciamos na última década é a domesticação completa da burocracia sindical-popular (CUT, UNE, MST) ao governo Lula-Dilma. As ditas “oposições” (Conlutas, Intersindical, Anel) seguem a reboque do governismo. Frente a essa situação, uma parte significativa dos trabalhadores e da juventude têm entrado em múltiplos conflitos com suas direções sindicais e partidárias.

Nesse contexto novas formas de luta e organização foram colocadas na ordem do dia. As greves ilegais e que atropelaram direções sindicais (tal como dos garis, rodoviários, professores, etc.), a ação direta nas ruas, reivindicações coletivistas (saúde, educação, transporte) ao invés das pautas corporativistas, a autodefesa popular, a crítica aos partidos e sindicatos, a defesa da greve geral, o combate a repressão policial, as empresas e megaeventos. Tal foram alguns dos “legados” de Junho de 2013.

Protesto_SP_LucasConejeroDivulgacao_xx0613As tentativas de aproximar as Jornadas de 2013 com os recentes desfiles “pró” e “anti” Dilma não passam de uma farsa. Estes são os setores que foram rechaçados durante as Jornadas. São os setores eleitoreiros de “direita” e de “esquerda”. Uns buscam suas elites militares, outras suas elites políticas. Porém, as Jornadas de Junho colocaram as massas populares no protagonismo das mudanças, e fez o povo sentir seu poder. As Jornadas foram antissistêmicas, e colocaram todos os partidos da ordem “contra a parede”. É por isso que os oportunistas querem capturá-la e distorcê-la. Ainda hoje a sua memória é uma ameaça para a classe dominante, a ameaça de uma nova Jornada do povo, onde o povo não sinta medo.

É com o intuito de homenagear o levante popular, e gerar um debate qualificado sobre a temática, que divulgamos alguns textos e análises da União Popular Anarquista (UNIPA) publicados no auge da luta nas ruas, momento em que combatemos ombro-a-ombro com a nossa classe. Retirar as lições, os acertos e as limitações: eis a grande tarefa dos anarquistas e revolucionários. Essa é a principal preocupação dos materiais aqui publicados.

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17 DE JUNHO | Avançar na Luta pelo Passe Livre! A luta pelo transporte público é a luta contra o capital ultramonopolista!

19 DE JUNHO | Colhendo o que se planta: autoritarismo, apartidarismo e anarquismo

20 DE JUNHO | Viva o Levante Popular: a juventude combativa e o ascenso da luta de massas no Brasil!

24 DE JUNHO | Convocação para solidariedade internacional! / Convocation for international solidarity! / Llamamiento a la solidaridad internacional!

24 DE JUNHO | Jornal Causa do Povo nº68 – Especial Levante Popular (jun/13)

24 DE JUNHO | A Batalha do Rio: A solidez burguesa e reformista se desmancha no ar insurgente das massas

29 DE JUNHO | Entre a debandada e a traição, a saída é… Impulsionar à auto-organização nos locais de estudo, trabalho e moradia!

7 DE JULHO | Propaganda revolucionária toma as ruas e muros do Distrito Federal e Entorno!

7 DE JULHO | O Levante dos Marginalizados: análise sociológica dos protestos e manifestações populares no Brasil

15 DE JULHO | “As Jornadas de Junho e o circo de Julho: Diante do fascismo das centrais é preciso combater o governismo e reformismo em múltiplas frentes”

1 DE AGOSTO | Da periferia para o centro: qual o papel da luta popular na capital federal?

8 DE AGOSTO | Resoluções da Terceira Assembleia Nacional da UNIPA

17 DE AGOSTO | A importância da luta camponesa e indígena na atual conjuntura: a estratégia da ação direta frente ao reformismo

30 DE AGOSTO | A Batalha da Serrinha e a juventude combativa: entre a repressão do Estado e a decadência reformista, construir a ação direta popular!

11 DE OUTUBRO | As tarefas imediatas do poder popular: o caso da greve dos professores do Rio de Janeiro e sua lição para os trabalhadores

11 DE NOVEMBRO | Anarquismo e Violência: as tarefas e limites da tática “Black Bloc”

27 DE NOVEMBRO | O que é o Anarquismo?

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Sobre União Popular Anarquista - UNIPA

A União Popular Anarquista (UNIPA) é uma organização política revolucionária bakuninista. A UNIPA luta pela construção do socialismo no Brasil. A estratégia revolucionária da Unipa aponta que somente a ação direta das massas e a luta de classes são capazes de realizar conquistas imediatas, econômicas e políticas, para a classe trabalhadora. A UNIPA entende que somente a revolução, que se coloca como desdobramento da luta de classes, é capaz de viabilizar a construção da sociedade socialista. A UNIPA foi formada em 2003, reunindo militantes do movimento estudantil, sindical e comunitário, alguns dos quais participavam do coletivo Laboratório de Estudos Libertários (LEL). O LEL publicou o Causa do Povo e a revista Ruptura que passaram a ser órgãos da UNIPA a partir de então. Entre em contato: unipa@protonmail.com
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